REFÉNS DO INSTAGRAM
Por Suell Ceschin | CEO Mundopost
Antes do último clique de 2023, é hora de ecoar um grito abafado por muitos empreendedores e empresas, aqueles que se viram, mais uma vez, enredados na teia do IG. Não é um ataque à plataforma, que, honestamente, evoluiu consideravelmente em sua entrega orgânica nos últimos meses.
Estamos falando daqueles empreendedores e empresas que ainda creem que o Instagram é um destino em si, onde apenas um esforço sobrenatural pode garantir a tão ansiada presença na rede. É doloroso testemunhar a continuidade de audiências não qualificadas, e recorremos frequentemente à metáfora da bexiga para ilustrar a situação: uma conta repleta de milhares de seguidores aleatórios é como um balão cheio de ar… Não há uma verdadeira conexão com os negócios e produtos ali divulgados. O verdadeiro caminho para resolver isso é a desconstrução; é a limpeza da base. É permitir que a conta perca para, enfim, ganhar.
O encanto dos números, daqueles algarismos que brilham como estrelas no firmamento digital, cega muitos para a realidade inegável: a quantidade não é sinônimo de qualidade. É preciso despir-se da ilusão de grandeza numérica para abraçar a autenticidade das interações genuínas. É olhar para além dos números, buscar a profundidade que transcende o superficial e almejar uma audiência que se envolva, se conecte e, acima de tudo, se converta em verdadeiros apoiadores e consumidores.
Por mais um ano, testemunhamos a dança cansativa entre métricas vazias e a busca incessante por um engajamento real. É o momento de compreender que um público segmentado, ainda que menor em números, supera, e muito, a multidão indiferente. A limpeza, muitas vezes dolorosa, da base de seguidores é a chave para uma presença significativa.
É hora de desatar os grilhões do Instagram e entender que ele é um, dos muitos, palcos possíveis para nossas narrativas empresariais. É uma jornada que se expande para além dos limites do aplicativo, que tal abraçar o LinkedIn como um espaço para conexões mais estratégicas e o Google Negócios como uma vitrine para aqueles que buscam especificamente o que oferecemos?
É o momento de desfocar da busca desenfreada por seguidores e direcionar nosso foco para uma comunicação efetiva, para a construção de relacionamentos sólidos e duradouros. O Instagram pode ser um aliado valioso, mas não pode ser o único alicerce de uma estratégia digital robusta.
Que o próximo ano nos encontre não como reféns de uma única plataforma, mas como mestres da nossa própria narrativa digital, explorando e prosperando em diversos territórios online para alcançar, verdadeiramente, a comunidade que nossos negócios merecem.
